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Uma simples ida ao shopping, um passeio pelos corredores, uma parada frente à vitrine. Aparentemente não há nenhum problema com essa sequência de ações, mas para quem sofre de Transtorno do Comprar Compulsivo (TCC) elas podem ser um gatilho para a compra.

O TCC, ou oniomania, é caracterizado pelo desejo intenso, urgente e comportamentos excessivos relacionados ao comprar e ao gastar dinheiro. Tais comportamentos podem acarretar em diversas consequências, como problemas financeiros e jurídicos, além de sofrimento psíquico. “A preocupação excessiva, perda de controle sobre o ato de comprar; o aumento progressivo do volume de compras; as tentativas frustradas de reduzir ou controlar as compras; ou ainda comprar para lidar com angústias ou outra emoção negativa, estão entre as principais características de indivíduos que apresentam o transtorno de compra compulsiva”, revela o psicólogo e CEO da Amplitec Gestão Ambiental, João Pampolini.

Segundo o especialista, o indivíduo com o perfil de comprador compulsivo ocupa muitas horas semanais rodando as vitrines das lojas, pagando por produtos que não vai usar ou, no mínimo, pensando freneticamente no prazer da obtenção de bens. E, nessa rotina, não encontra uma forma de parar de comprar.

Consumismo X meio ambiente

O Transtorno do Comprar Compulsivo tem relação direta com o excesso na produção de lixo. Isso porque, quanto mais se compra, mais se descarta. Essa relação estreita e forte entre o consumismo, a sociedade e o meio ambiente causa prejuízos ainda maiores. “Para atender a demanda da produção e do consumo é necessário retirar matérias-primas da natureza, fabricar e transportar materiais, fazer grande uso de energia elétrica e de água. Tudo isso gera emissão de gases poluentes, degradação e devastação ambiental, poluição geral e, consequentemente, a destruição de ecossistemas”, pontua Adriano Gonçalves, Superintendente da Essencial Aterro Sanitário/Industrial.

De acordo com o superintendente, o excesso de compras contribui diretamente para a destruição do meio ambiente. “O desejo de compra vem contribuindo significativamente para o desperdício e gera uma enorme quantidade de lixo. Essa produção desenfreada do lixo vem trazendo consequências graves, prova disso são as mudanças climáticas que ocorrem em todo planeta”, destaca.

A relação entre consumo e sustentabilidade, no entanto, vai além da etapa de produção. Com a grande quantidade de opções e a alta tecnologia, cada vez mais os produtos têm menor tempo de vida útil e maior dificuldade de conserto, o que gera grande número de resíduos.

Na avaliação de Adriano Gonçalves, o desenvolvimento sustentável é a principal solução contra a crise ambiental que o planeta enfrenta, já que é considerado o equilíbrio entre sociedade, natureza e economia. “Em nossa empresa buscamos maneiras de investir em soluções sustentáveis, com o objetivo de garantir o progresso sem comprometer o futuro”, exemplifica.

Prejuízo que dói no bolso

O consumo desenfreado pode acarretar ainda no comprometimento financeiro familiar por meio de uma quantidade excessiva de dívidas, contraídas por meio da compra de produtos desnecessários ou supérfluos. Dados do SPC Brasil, apontam que 46% dos inadimplentes admitem que poderiam ter evitado a dívida. Além disso, em uma pesquisa realizada pelo órgão, aponta que 59% dos brasileiros aproveitam a facilidade de concessão de crédito para fazer compras dispensáveis.

Mesmo diante de números que apontam os prejuízos do consumismo, o psicólogo João Pampolini explica que a compra compulsiva, muitas vezes, serve como válvula de escape para a angústia e a depressão para quem vive com o transtorno. Nesse sentido, o ato de comprar desperta nas pessoas uma sensação de bem-estar, prazer e satisfação. No comprador compulsivo, esse sentimento não é diferente. “Para o indivíduo que sofre com o transtorno, o ato de comprar algo é um momento de satisfação e extrema alegria. Ele vai em busca dessa satisfação com uma frequência muito maior, porque não consegue atingir essa satisfação de outra maneira. Assim, ele desconta suas emoções no ato de comprar”.

Fique atento aos sinais

-Descontrole financeiro

Este é um dos sintomas mais comuns e também uma consequência do desenfreado consumo. A pessoa nunca tem dinheiro, mas se endivida para comprar algo apenas para satisfazer um desejo de compra.

-Desejo insaciável ligado ao consumo

A pessoa compra sapatos que nem sequer servem, compra roupas que depois nem se lembra e adquire acessórios que se multiplicam exponencialmente pela casa. Quem tem compulsão por compras faz do cartão de crédito uma verdadeira arma. É preciso estar atento a esse descontrole.

-Compra para aliviar emoções

Na oniomania, a compulsão por comprar, o consumo vira uma saída para os problemas do cotidiano. Como o efeito dele é parecido com o de uma droga, ele funciona para aliviar o estresse e até revitaliza parte da autoestima perdida. No entanto, o descontrole toma conta. Dessa forma, surge a necessidade de comprar de qualquer maneira, sem importar o que está sendo obtido. É a simples compra pela compra. Então, é comum a pessoa adquirir algo que não será usado ou que terá pouca utilidade.

-Perde a noção do tempo na hora da compra

A meta de compras do dia é uma camiseta e uma calça jeans. Você sai de casa e quando chega na loja começa a ver tudo que ela oferece. Pega uma peça aqui, experimenta outra ali. E, quando se deu conta, algo que era para durar trinta minutos acabou virando três horas. Se identificou?

É, o tempo “voa” quando nos divertimos, não é mesmo? Esse é um efeito do vício em compras para a pessoa nessas situações. Como ela está realizando algo que lhe dá muito prazer, não percebe o tempo passar.

-Compras? Só se for sozinho

Não há nada de errado em comprar sozinho. É algo saudável e, às vezes, é até melhor do que quando está acompanhado. O problema, porém, surge quando esse hábito é motivado para esconder o ato.

A pessoa que possui a oniomania, no entanto, costuma ter vergonha do seu ato após tê-lo feito. Por isso, para evitar o julgamento e a repreensão de pessoas próximas, ela compra sozinha e omite os gastos para os demais.